Orixás

Dia 26 de Julho – Dia de Nanã Buruquê

Mulher nazarena que apesar de não ser mencionada nos Evangelhos, pela tradição da Igreja Católica seria a mãe da Virgem Maria e, portanto, avó materna de Jesus Cristo. De acordo com a tradição, era filha de Natã, sacerdote Belemita, e de Maria, e foi a mais jovem de três irmãs bíblicas. Suas outras irmãs mais velhas seriam Maria de Cleofas, mãe de Salomé, e Sobé, mãe de Santa Isabel, que geraria São João Batista. Casou-se com São Joaquim e por muitos anos permaneceu estéril, só dando à luz a Maria em idade avançada.

Teria morrido pouco depois de apresentar Maria no Templo, consagrando-a a Deus, quando a filha contava apenas três anos de idade. Seu culto difundiu-se no Oriente, e no século VI o Imperador Justiniano mandou erguer-lhe um Templo em Constantinopla. Nos séculos seguintes a veneração expandiu-se também pela Europa. Em uma bula (1584) o papa Gregório XIII instituiu que sua festa seria comemorada no dia 26 de julho, mês que passou a ser denominado mês de Sant’Ana.

Venerada como padroeira das mulheres casadas, especialmente das grávidas, cujos partos torna rápidos e bem-sucedidos, é também protetora das viúvas. Foi sincretizada na Umbanda pelo o Orixá mais antiga, a mais temida de todos e a mais respeitada. Ela tem o poder de dar a vida e forma aos seres humanos, por isso é também considerada orixá da fecundação e dos primórdios da criação. Ela é a deusa dos pântanos e da morte (associada à terra, para onde somos levados).

Nanã está presente nos lodaçais, lamaçais, pois nasceu do contato da água com a terra, formando a lama, dando origem a sua própria vida. Ela é a chuva, a garoa, o banho de chuva é uma lavagem do corpo na sua essência, uma limpeza de grande força. Nanã é a mãe de Obaluaiê e Omulu, conhecidos como o elo negativo e o positivo, um cuidando das enfermidades da alma e o outro das enfermidades físicas.

Tratou sempre de si e de seus filhos de forma nobre, nunca se metendo ou preocupando com o que as outras pessoas faziam da própria vida. Certa vez, Ogum travou batalha com Nanã pelo direito de passar por suas terras. Por ser um forte e valente guerreiro, não admitia em pedir licença a uma “velha” para entrar em seus domínios. Diante dos perigos do pântano e da ira de Nanã, foi obrigado a bater em retirada tendo que achar outro caminho, longe das terras dela. Ela por sua vez, aboliu o uso de metais em suas terras (por este ser ferramenta de Ogum). E até hoje, nada pode ser feito com lâmina de metal para ela.

“SALUBA NANÃ A SUA SABEDORIA, SALUBA NANÃ A MINHA EVOLUÇÃO”, é isto que pedimos a Nanã. Sempre que possível, lembrar-se que aos sábados devemos cumprir jejum em fortalecimento ao espírito e em busca de equilíbrio entre o psíquico, o espiritual e o material. Neste dia 26 acenda uma vela para Nanã junto com um copo d’água, solicitando bons fluidos e equilíbrio de energias para o seu lar.

Flávio Costa

Diretor de Liturgia