Umbanda

Dia 13 de Junho – Dia de Exú

Exú na Umbanda é sincretizado por Santo Antônio. Santo Antônio nasceu em Lisboa, no ano de 1.195, e foi batizado como Fernando de Bulhões e Taveira. Dos seus 36 anos, viveu 25 em Portugal e 11 na Itália e na França. Morreu no convento de Arcela, próximo a cidade de Pádua, no dia 13 de junho de 1.231. Em Portugal é chamado de Santo Antônio de Lisboa, os italianos os chamam de Santo Antônio de Pádua, onde morreu, os escravos adotaram Santo Antônio da Pemba.

Frequentemente, Santo Antônio é invocado para encontrar objetos perdidos e pela sua popularidade como santo casamenteiro, o que na sua vida de teólogo e pregador não há nada que explique essa fama. Considerando que Exú abre caminhos de diversas maneiras, faz sentido pedir-lhe para que encontre algo que se perdeu. Exú é chamado igualmente para recuperar dinheiro ou encontrar uma companheira (o), ou até mesmo, para recuperar a saúde. As festas de Santo Antônio são feitas com fogo, fogueiras, etc. e o dono do fogo é Exú.

Exús são espíritos que já encarnaram na terra. Na sua maioria, tiveram vida difícil como mulheres da vida; boêmios; dançarinas de cabaré, etc. Estes espíritos optaram por prosseguir sua evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando nos terreiros de Umbanda. São muito desconfiados mais também muito amigos quando tratados com respeito e carinho. Gostam de ser presenteados e sempre lembrados. Estes espíritos, assim como os Preto-velhos, Caboclos e Crianças são servidores dos Orixás. Não se deve confundir os Exús da Umbanda com Exú da Nação (Candomblé), pois são diferentes. Apesar das imagens de Exús, fazerem referência ao Diabo medieval (herança do sincretismo religioso), eles não devem ser associados à prática do Mal, pois como são servidores dos Orixás, todos têm funções específicas. Dentre várias, duas das principais funções dos Exús são: A guarda dos caminhos e a proteção de terreiros e médiuns contra espíritos perturbadores durante a gira ou obrigações. Desta forma estes espíritos não trabalham somente durante a gira de Exús dando consultas, onde resolvem problemas de emprego, pessoal, demanda e etc. de seus consulentes. Mas também durante as outras giras (Caboclos, Preto-velhos, Crianças e Desenvolvimento), protegendo o terreiro e os médiuns, para que a caridade possa ser praticada. Por isso são chamados de POLÍCIA DE CHOQUE.

O Senhor Caveira nos ensina que todos temos sentimentos aguçados a esfera do mal (ira, inveja, orgulho, vaidade, etc.), sentimentos que nos aproxima das trevas. Nossos protetores são os guardiões dos portões das trevas, impedindo a todo custo que nos aproximemos dela, mais cabe a cada um de nós fazer sua parte. Ele diz: “Eu não sou bom, ainda preciso buscar a luz, por isso estamos aqui. Mais vocês são, é só parar de fazer muita besteira e de ficar pedindo porcaria. Aprenda a plantar ao seu redor um jardim de flor, para que todos sintam o teu cheiro”. Isto quer dizer: “SEMEIE O BEM E ELE VIRÁ PARA VOCÊ”.

Flávio Costa

Diretor de Liturgia