Umbanda

Filosofia sobre os Orixás e seus elementos

Primeira Linha: Oxalá – Vontade de Deus – “Que seja a Vontade de Deus”. Sincretismo com Jesus Cristo – por ter sido aquele que em sua vida na terra mostrou ser um exemplo e executor da Vontade Suprema. O verbo divino. Todos somos filhos da vontade de Deus, por isso sua localização como primeira linha. Jesus Cristo é um exemplo a ser seguido e vivido, e todos nós vamos (mais cedo ou mais tarde) chegar aonde ele chegou, ou seja, nos elevaremos tanto que passaremos a ser executores da vontade do Pai sem perdemos a nossa individualidade.

Segunda Linha: Ibeijada – Pureza – Segundo Kardec, não conseguimos remontar a origem dos espíritos, mas todos são criados simples e ignorantes. Uma coisa simples é uma coisa pura. Por isso sua associação com a criança, que nasce pura, sem nenhum tipo de influencias. Depois de inúmeras passagens o espirito retorna ao seu estado de pureza original, sendo o próximo estágio a união com a vontade de deus suprema, o Cristo interior de cada um.

Terceira Linha: Iemanjá – Criação – Iemanjá é a força criadora, a criação dos seres viventes. Na linha de Iemanjá entram 2 orixás secundários, Oxum e Iansã. Nessa linha temos a água em suas 3 forças: Criação (Iemanjá), Conservação (Oxum) e Transformação (Iansã).

Iemanjá – Criação – ligação com o mar, a vida que começou nos oceanos. Placenta. O nascer da água. O princípio feminino gerador da vida. A calunga grande, pois é para lá que toda a água da natureza retorna um dia, inclusive aquela água que estava dentro dos seres vivos.

Oxum – Conservação – A água doce é que traz a conservação da vida na terra, por isso essa característica da mãe que cuida. As cachoeiras que revitalizam as águas, potencializando sua característica de manter a vida, sua conservação. Instinto da mãe de conservar, por isso ela é mãe, doce, meiga.

Iansã – Transformação – Chuva, tempestade, ventos, Raios – Tudo ligado à ideia de transformação. A chuva transforma a natureza. Os ventos levam as coisas de um lugar para o outro causando mudanças. O Raio causa transformações eletromagnéticas e produz ozônio. Iansã faz a retirada, o desencarne, a mudança do plano de encarnado para desencarnado. A água do corpo volta a natureza, e o corpo volta-se ao pó. Ela separa, transforma.

Quarta linha: Ogum – Batalha, Lutas – A batalha dos seres rumo à evolução. A força animal. O Fogo. O fogo também luta para se manter acesso. Representa batalha constante que todos nós estamos constantemente envolvidos, inclusive contra a matéria que puxa para baixo e o espírito que puxa para cima. O aço, que é o ferro que passa pelo fogo (assim como o espirito passa pela prova do fogo da vida), se tornando mais forte, mais perfeito. Sincretismo com são Jorge. O guerreiro, em superioridade, montado no cavalo branco (pureza) esmagando o dragão, a serpente (matéria). Representa a vitória do espirito puro sobre a matéria.

Quinta linha: Xangô – Equilíbrio – Desde a antiguidade, a justiça tem o símbolo de uma balança. A balança funciona através do equilíbrio. A pedreira é uma estrutura em equilíbrio, se for retirada uma pedra de maneira errada ela “rola pedra”, voltando novamente ao equilíbrio. A ligação do mineral, o mineral que equilibra. A água, sem o seus sais ela se torna imprópria. Com muitos sais, ela se torna salgada. Na quantidade certa ela se torna doce. Machado que Corta para os 2 lados. O Livro da vida (suas ações, karma), leão do lado (caso o karma seja negativo).

Sexta linha: Oxóssi – Determinação– A determinação do vegetal, que faça chuva ou sol não se move. O caçador, o foco, a determinação, aquele que busca. A flecha, que vai numa linha reta, direta.

Sétima linha: Yorimá ou linha das almas – Sabedoria, Experiência, Inexperiência (atributos das almas)– Nessa linha temos os conceitos advindos da alma e suas passagens através do tempo, a saúde e a inexperiência, a experiência e a morte, todos ligados ao conceito maior que é a sabedoria.

Nanã – Sabedoria – A mais velha orixá, significando o planejamento, a sabedoria que é anterior a concretização da criação, por isso sua antiguidade. O poço, que remete a sabedoria necessária para se saber onde tem água para fura-lo. O pântano, o terreno mais difícil de ser vencido, pois é preciso saber andar dentro dele. A agua parada, estagnada, que depois gera a vida (condição anterior a criação). A questão da Sabedoria, nanã traz o espírito para a encarnação, pois somente se pode ganhar vida em um mundo compatível com a sabedoria adquirida pelo espírito. A sabedoria (consciência) que habita a água e o barro (nosso corpo é feito de água, e dos elementos da terra). O banimento do metal de suas terras, por isso o metal oxida (enferruja) quando em contato com esses elementos.

Omolu – Experiência – O irmão mais velho, o experiente, polo positivo. A ligação entre a experiência e a saúde, quanto mais experiência, menos saúde. Entendimento vindo da experiência, humildade, a paz, a aceitação da morte como parte da evolução. O elemento Terra (pó), que é gerado após o fogo.

Obaluaiê – inexperiência – O irmão mais novo, o inexperiente, polo negativo. Mais saúde, mais vontade, ansiedade, menos experiência. Pela falta da experiência, não consegue entender as coisas gerando a revolta. O fogo da vontade, da vida que pulsa, mas esse fogo gera a frustação, pois certas coisas só o tempo é capaz de ensinar.